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A Arte de Investir em Valor

A Arte de Investir em Valor

17/09/2025 - 15:29
Matheus Moraes
A Arte de Investir em Valor

Investir com propósito e paciência pode transformar seu patrimônio e sua vida financeira. No cerne dessa abordagem está o Value Investing, uma filosofia que privilegia a avaliação do valor intrínseco de empresas sólidas, ignorando as flutuações bruscas do mercado. Neste artigo, vamos explorar conceitos, estratégias, exemplos históricos e ferramentas práticas para quem deseja dominar a arte de investir em valor.

O que é Value Investing?

O Value Investing consiste em comprar ações subvalorizadas pelo mercado em relação ao valor real de seus negócios. Pioneiros como Benjamin Graham estabeleceram as bases dessa filosofia, posteriormente aperfeiçoada por Warren Buffett. A ideia central é que o preço de mercado oscila de forma exagerada, criando oportunidades para quem sabe distinguir preço e valor.

Ao focar em empresas com foco em fundamentos e governança corporativa, o investidor busca margens de segurança, adquirindo participações em negócios lucrativos por valores descontados. Dessa forma, o risco de perdas expressivas se reduz, enquanto o potencial de ganhos, no médio e longo prazo, se amplia.

Como funciona o investimento em ações

Comprar ações significa tornar-se sócio de uma companhia, com direitos a dividendos e participação nos resultados. No Brasil, as principais classes são as ordinárias (ON), que conferem direito a voto, e as preferenciais (PN), que garantem prioridade na distribuição de dividendos.

  • Valorização do capital
  • Dividendos
  • Juros sobre capital próprio (JCP)

Essas três formas de ganho compõem o retorno total de um investimento em valor, reforçando a ideia de que paciência e disciplina podem gerar rendimentos consistentes ao longo dos anos.

Estratégias essenciais no Value Investing

Duas abordagens frequentemente mencionadas são o Buy and Hold e o próprio Value Investing. A primeira sugere comprar boas empresas e mantê-las por longos períodos, enquanto a segunda enfatiza encontrar negócios descontados e seguir acompanhando seus fundamentos.

Para selecionar tais oportunidades, são utilizados indicadores financeiros que sinalizam valor atrativo:

  • Preço/Lucro (P/L) abaixo da média setorial
  • Preço/Valor Patrimonial (P/VP)
  • ROE (Return on Equity) elevado
  • Fluxo de Caixa Livre (FCF) consistente

O exame diligente de relatórios e balanços financeiros, bem como o monitoramento de margens e endividamento, é fundamental para exame rigoroso dos relatórios financeiros e a tomada de decisão informada.

Exemplos de investidores célebres

Warren Buffett, conhecido como o “Oráculo de Omaha”, acumulou mais de US$ 100 bilhões comprando empresas como Coca-Cola, American Express e Apple, sempre privilegiando companhias com marcas fortes e fluxos de caixa previsíveis. Seu sucesso comprova a eficácia de uma estratégia pautada em fundamentos.

No Brasil, Luiz Barsi destaca-se como um dos maiores investidores pessoa física, focado em empresas pagadoras de dividendos e com vantagens competitivas duráveis. Sua atuação demonstra como a disciplina e o reinvestimento de proventos podem gerar riqueza ao longo de décadas.

Dados históricos e desempenho de mercado

Historicamente, o índice S&P 500 apresenta retorno anualizado médio de cerca de 10% a 11%, servindo de benchmark para fundos e carteiras de ações de valor. No Brasil, o Ibovespa também engloba empresas com perfis sólidos e potencial de valorização.

Durante crises, ações consideradas de valor costumam oscilar menos e recuperam seus preços mais rapidamente. Isso se deve à confiança de investidores em manter a calma em cenários voláteis e na capacidade de geração de caixa dessas companhias.

Ferramentas e etapas práticas para começar

Para investir em valor, abra conta em uma corretora autorizada pela CVM, como XP, BTG Pactual, Rico ou NuInvest. A plataforma de Home Broker permite acompanhamento em tempo real, análise de carteiras e execução de ordens.

A análise fundamentalista, que investiga balanços, demonstrações de resultado e perspectivas setoriais, deve ser combinada à análise gráfica apenas para confirmar tendências de preço, quando necessário.

Principais riscos e desafios

Apesar de promissora, essa estratégia envolve riscos, pois ações são ativos de renda variável. Crises econômicas, má gestão e mudanças regulatórias podem impactar significativamente os preços.

A diversificação entre setores e empresas ajuda a mitigar esses riscos, enquanto o controle emocional é essencial para evitar decisões precipitadas motivadas por pânico ou euforia.

Comparações entre estratégias

Veja a tabela a seguir para entender diferenças, prazos e focos de cada abordagem:

Erros comuns a evitar

  • Comprar ações apenas pela cotação
  • Ignorar diversificação
  • Não realizar exame rigoroso dos relatórios financeiros
  • Esperar retornos imediatos

Contexto regulatório e tendências atuais

O mercado brasileiro é regulado pela CVM e opera na B3. Todas as operações devem ser declaradas no Imposto de Renda, e as corretoras oferecem relatórios de dividendos e análises de valor patrimonial.

Atualmente, debates sobre ESG (ambiental, social e governança) ganham destaque como critério extra para investidores de valor, enquanto o crescimento de ações de tecnologia desafia as práticas tradicionais dessa filosofia.

Conclusão

Investir em valor é um caminho que exige paciência, disciplina e estudo constante. Ao adotar uma abordagem fundamentada, aplicando indicadores sólidos e controlando as emoções, você pode construir uma carteira resiliente e alcançar objetivos de longo prazo.

Comece hoje mesmo avaliando relatórios, montando uma estratégia e praticando a manter a calma em cenários voláteis. Com o tempo, a articulação de dados históricos e análise criteriosa trará resultados que vão além do financeiro, oferecendo segurança e confiança para o seu futuro.

Matheus Moraes

Sobre o Autor: Matheus Moraes

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