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CDBs e LCIs: Qual Escolher?

CDBs e LCIs: Qual Escolher?

25/11/2025 - 00:53
Maryella Faratro
CDBs e LCIs: Qual Escolher?

Em um cenário financeiro cada vez mais dinâmico e competitivo, escolher o investimento adequado pode ser um desafio. CDBs e LCIs aparecem como soluções populares para quem busca segurança e rentabilidade. Mas afinal, qual opção faz mais sentido para o seu perfil e objetivos?

Este guia completo explora definições, diferenças, vantagens, riscos e estratégias de escolha, oferecendo insights práticos para uma decisão consciente.

O que são CDBs e LCIs

Os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) e as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) são títulos de renda fixa com rentabilidade prevista. Ao investir, você empresta recursos a uma instituição financeira e recebe juros como remuneração.

Enquanto o CDB capta recursos para o funcionamento geral do banco, a LCI destina-se exclusivamente ao financiamento do setor imobiliário. Ambos contam com a garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) para valores de até R$ 250 mil por CPF e instituição.

Como funcionam na prática

Esses títulos podem ser:

  • Prefixados: taxa de juros conhecida no momento da aplicação.
  • Pós-fixados: atrelados ao CDI, com rentabilidade vinculada ao desempenho desse índice.
  • Híbridos: combinação de taxa prefixada mais variação de índice, como IPCA.

O aporte mínimo varia conforme o emissor: CDBs podem começar em R$ 100, enquanto LCIs geralmente exigem valores a partir de R$ 1.000.

Principais diferenças entre CDB e LCI

Tributação: o que mudou em 2025

Historicamente, as LCIs ofereciam isenção de imposto de renda para pessoas físicas, tornando-as atrativas. Contudo, uma Medida Provisória de junho de 2025 introduziu alíquota fixa de 5% sobre novas emissões de LCI. Os CDBs continuam seguindo a tabela regressiva do IR:

  • 22,5% até 180 dias;
  • 20% de 181 a 360 dias;
  • 17,5% de 361 a 720 dias;
  • 15% acima de 720 dias.

Além disso, resgates antecipados de CDBs em menos de 30 dias sofrem cobrança de IOF.

Liquidez e prazos disponíveis

Se você precisa de flexibilidade e liquidez imediata, alguns CDBs oferecem resgate diário, sendo uma boa opção para reservas de emergência. Já as LCIs costumam ter prazos mínimos de 90 dias, estendendo-se até três anos ou mais, com resgate apenas no vencimento.

Escolher entre curto, médio ou longo prazo dependerá de seu planejamento financeiro e tolerância a manter o recurso aplicado.

Rentabilidade: bruto x líquido

Analisar o rendimento bruto é importante, mas o retorno efetivo só surge após descontar o imposto de renda. Tradicionalmente, as LCIs proporcionavam maior retorno líquido pela isenção fiscal. Agora, com 5% de IR, o CDB pode se tornar competitivo, especialmente se oferecer:

  • Taxas superiores a 100% do CDI em bancos médios.
  • Bônus ou prêmios em ofertas especiais.

Use simuladores de investimento para comparar cenários antes de decidir.

Vantagens e desvantagens de cada opção

Entender pontos fortes e fracos ajuda a alinhar expectativas:

  • CDB: variedade de prazos, resgate diário disponível, baixo aporte inicial, FGC.
  • LCI: originalmente livre de IR, bom rendimento líquido em prazos longos, FGC.

Desvantagens:

  • CDB: tributação elevada a curto prazo, taxa administrativa em algumas corretoras.
  • LCI: menor liquidez, aporte mínimo mais alto, mudança na tributação.

Segurança e risco

Tanto CDBs quanto LCIs são protegidos pelo FGC, cobrindo principal e juros até R$ 250 mil por CPF e instituição. O risco mais relevante é a saúde financeira do emissor: prefira bancos e instituições com rating de crédito sólido para reduzir vulnerabilidades.

Perfis de investidor indicados

CDBs atendem bem perfis conservadores e moderados que buscam liquidez imediata ou reserva de emergência. Já LCIs são ideais para quem aceita manter recursos por prazos mais longos e valoriza rendimentos líquidos consistentes.

Como escolher: passo a passo

Para tomar a decisão certa, siga estes passos:

  1. Defina seu objetivo: emergência, diversificação ou ganho de longo prazo.
  2. Calcule a rentabilidade líquida de cada produto usando simuladores.
  3. Avalie a liquidez necessária: você precisará resgatar antes do vencimento?
  4. Considere a tributação vigente na emissão do título.
  5. Cheque reputação do emissor e aporte mínimo exigido.
  6. Compare ofertas entre diferentes bancos e corretoras.

Conclusão e recomendações finais

A escolha entre CDB e LCI deve levar em conta objetivos, prazo, tributação e perfil de risco. Não existe um "melhor" absoluto: para reserva de emergência, CDBs com liquidez diária são imbatíveis; para ganhos mais robustos no médio/longo prazo, LCIs ainda podem oferecer retorno líquido atrativo, mesmo com a nova tributação.

Em todos os casos, diversificar a carteira e manter parte dos recursos em diferentes prazos e emissores é a estratégia mais segura. Assim, você equilibra liquidez, rentabilidade e segurança, construindo um portfólio sólido e alinhado com seus objetivos financeiros.

Maryella Faratro

Sobre o Autor: Maryella Faratro

Maryella Faratro