Em um ambiente financeiro cada vez mais complexo e volátil, os fundos multimercado surgem como uma solução capaz de equilibrar risco e retorno, oferecendo diversificação ampla entre classes de ativos e acesso a estratégias sofisticadas.
Os fundos multimercado são veículos de investimento que reúnem recursos de diversos cotistas e aplicam esses recursos de forma conjunta em diferentes mercados e ativos — de renda fixa e variável a derivativos e câmbio.
Esses fundos se destacam por apresentar gestão profissional e diversificação inteligente, pois contam com gestores especializados que seguem uma política de investimento estabelecida em regulamento.
Cada fundo multimercado possui um regulamento que delimita onde e como os recursos podem ser alocados. Essas políticas de investimento variam de conservadoras a mais agressivas, contemplando estratégias como macro, long & short, capital protegido e trading.
O cálculo da rentabilidade ocorre diariamente, refletindo a valorização e desvalorização dos ativos na cota. Além disso, é permitido o uso de derivativos para busca de alavancagem ou proteção, o que amplia as possibilidades de ganho.
Esse formato traz ao investidor a política de investimento clara e transparente, com divisão de ganhos e perdas proporcional à cota de cada participante.
Os fundos multimercado geralmente apresentam um risco intermediário, posicionando-se entre fundos de renda fixa (mais conservadores) e fundos de ações (mais arrojados). Contudo, podem apresentar volatilidade e retornos impactantes ao longo de diferentes ciclos econômicos.
Devido à oscilação natural de suas carteiras, são recomendados para investidores com horizonte de médio a longo prazo, normalmente acima de três anos, para que seja possível atravessar períodos de baixa e potencializar ganhos.
Entre 2023 e 2024, a indústria de fundos multimercado enfrentou desafios significativos. Em 2023, ocorreu a pior captação anual da história, enquanto em 2024, até julho, houve resgates líquidos de R$ 135 bilhões.
Esses resultados foram impactados pela alta da Selic, que favoreceu a renda fixa, e pela performance abaixo do CDI de muitos fundos macro. Ainda assim, algumas subclasses, como long short e multiestratégia, se destacaram com ganhos expressivos.
Os fundos multimercado estão sujeitos à tabela regressiva de Imposto de Renda e ao come-cotas semestral. Investidores devem considerar esse impacto no retorno líquido, comparando com outras classes de fundos antes de alocar recursos.
Desvendar os fundos multimercado é compreender a importância da diversificação inteligente e da gestão profissional. Embora sujeitos a oscilações, esses veículos oferecem oportunidades únicas de retorno e proteção em diferentes ciclos.
Para quem busca rentabilidade potencialmente superior ao CDI e está disposto a manter uma visão de longo prazo, os fundos multimercado representam uma alternativa estratégica para compor uma carteira equilibrada e resiliente.
Referências