Conhecer o CET do seu empréstimo é fundamental para tomar decisões financeiras conscientes e evitar surpresas na fatura mensal.
O Custo Efetivo Total (CET) é um indicador financeiro obrigatório em operações de crédito, que expressa, em percentual anual ou mensal, o custo total da operação considerando todos os encargos envolvidos. Desde 2008, o Banco Central do Brasil exige que as instituições financeiras divulguem o CET de forma clara e acessível, garantindo transparência na contratação de crédito.
Enquanto a taxa de juros aponta apenas o lucro do credor, o CET apresenta o custo real e final da dívida para o consumidor, incluindo tarifas, seguros e impostos. Entender essa diferença é o primeiro passo para comparar ofertas com segurança.
Para calcular o CET, considera-se todos os fluxos financeiros envolvidos na operação: valor liberado, cada parcela com juros e taxas, e o montante final a ser quitado. A metodologia utilizada é semelhante à Taxa Interna de Retorno (TIR), que compara o valor presente do empréstimo com o total de prestações.
Devido à complexidade, as instituições financeiras utilizam sistemas automatizados que processam dados de juros, tarifas e impostos para gerar o percentual do CET, apresentado obrigatoriamente no contrato, em forma anual e/ou mensal.
O CET agrega todos os encargos incidentes na operação de crédito, dentre eles:
Esse cálculo abrangente permite avaliar o impacto de cada cobrança no valor total pago, evitando que taxas ocultas passem despercebidas.
Confira a seguir exemplos de CET em diferentes modalidades de crédito, considerando valores aproximados e encargos típicos do mercado brasileiro:
No exemplo do empréstimo pessoal, além de juros de 2% ao mês, consideram-se tarifas de abertura e seguro, elevando o CET para 2,4%. Já o financiamento de veículo incorpora IOF e custos de avaliação de bem, resultando em 2,1% ao mês.
O CET deve estar destacado no contrato, em local de fácil visualização. Caso não apareça de forma clara, o consumidor tem o direito de solicitar o detalhamento de todos os encargos à instituição financeira.
Ao comparar propostas, observe sempre o CET anual ou mensal, e não apenas as taxas de juros nominais. Isso garante comparação padronizada entre ofertas e evita surpresas futuras.
Muitos anúncios focam em juros baixos, mas ignoram tarifas e seguros, o que pode mascarar o real custo do empréstimo. Essas cobranças ocultas elevam significativamente o montante total pago.
Antes de assinar qualquer contrato, exija a planilha de cálculo do CET, leia as cláusulas sobre multas por atraso e custos extras, e verifique se há seguros obrigatórios que podem ser negociados ou dispensados.
Pesquisas apontam que CETs de empréstimos pessoais podem variar de 18,5% a 60,8% ao ano, dependendo do perfil do cliente e do tipo de crédito.
O CET também se aplica ao crédito empresarial, com variações significativas de acordo com o porte da empresa e a modalidade contratada. Linhas de crédito voltadas para investimentos ou capital de giro podem ter encargos diferentes dos empréstimos para pessoa física.
Empresários devem avaliar com cuidado cada componente do CET, pois tarifas bancárias e seguros podem comprometer a saúde financeira do negócio se não forem contabilizados adequadamente.
Com essas informações, você está pronto para entender, comparar e escolher o empréstimo ou financiamento que melhor se encaixa nas suas necessidades, sempre com visão completa do custo total e segurança jurídica.
Referências