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Investir em Ouro: Vale a Pena?

Investir em Ouro: Vale a Pena?

18/11/2025 - 09:21
Robert Ruan
Investir em Ouro: Vale a Pena?

A busca por ativos que ofereçam segurança e valorização tem levado investidores a considerar o ouro como opção estratégica. Com a onça-troy superando US$4.000 em 2025, é essencial compreender os aspectos históricos, operacionais e estratégicos deste metal precioso.

Introdução ao investimento em ouro

O ouro sempre foi reverenciado como reserva de valor ao longo da história, protegido contra a inflação e crises políticas. Seu desempenho em cenários de incerteza reforça a reputação como ativo de proteção contra oscilações globais.

Em 2025, o preço da onça-troy ultrapassou US$4.000, apontando uma valorização global superior a 50% no ano até o momento, alimentada por conflitos geopolíticos e expectativas sobre juros americanos.

Rentabilidade histórica e desempenho recente

Entre 1978 e 2025, o ouro apresentou rentabilidade anual de 6,27%, comparado a 10,39% das ações globais no mesmo período. Esse desempenho, embora consistente, não cobriu integralmente a inflação média anual de 7% registrada em Portugal.

No Brasil, ETFs de ouro registraram mais de 30% de ganhos em 2025, com volume negociado crescendo 141% no primeiro semestre. Essa expansão reflete a crescente demanda por proteção diante de volatilidade cambial e geopolítica.

Vantagens do investimento em ouro

Investir em ouro oferece múltiplos benefícios, especialmente em momentos de alta incerteza. Destacam-se:

  • proteção contra crises financeiras prolongadas devido ao desempenho resiliente em períodos turbulentos.
  • diversificação da alocação de ativos, recomendada entre 5% e 15% para amenizar perdas.
  • reserva de valor em tempos incertos capaz de preservar o poder de compra em ambientes inflacionários.
  • demanda institucional em reservas oficiais, refletindo maior interesse de bancos centrais.

Desvantagens, riscos e limitações

Porém, o ouro também carrega desafios e custos que merecem atenção:

  • ausência de renda periódica garantida, pois não gera dividendos ou juros periódicos.
  • volatilidade acentuada em mercados instáveis em função de oscilações do dólar e eventos globais.
  • custos adicionais de custódia e seguro com armazenamento, seguros e spreads de negociação.
  • risco de fraudes e problemas de segurança, exigindo confiança em custodiantes e instituições.
  • riscos regulatórios e de liquidez variáveis, impactados por políticas monetárias e restrições fiscais.

Fatores que influenciam o preço do ouro

O valor do ouro no mercado é determinado por uma combinação de variáveis macroeconômicas e estruturais. Entre os principais fatores, destacam-se:

- Oferta e demanda global, incluindo produção mineradora e procura por joalheria e reservas governamentais.

- Políticas de taxa de juros e índices de inflação, que alteram o apetite por ativos de risco.

- Força do dólar americano, historicamente em correlação negativa com o ouro.

- Eventos geopolíticos e crises de liquidez, que geram movimentos de compra ou venda em massa.

Comparativo Ouro vs. Outros Investimentos

Formas de investir em ouro

Existem diversas modalidades de exposição ao ouro, cada uma com características próprias:

  • Ouro físico: barras e moedas, com custos de custódia e riscos de armazenamento.
  • ETFs de ouro: como o GOLD11 na B3, com liquidez diária e administração em torno de 0,55% ao ano.
  • fundos multimercados atrelados ao ouro, que oferecem gestão profissional e ajuste automático.
  • contratos futuros de ouro: permitem alavancagem, mas exigem margem e maior conhecimento técnico.
  • Ações de mineradoras: exposição indireta aos preços e à rentabilidade do setor.

Tributação

No Brasil, o ouro é tratado como renda variável. Vendas mensais abaixo de R$20 mil são isentas de IR, enquanto ganhos acima desse valor sofrem 15% de imposto.

Operações de day trade têm alíquota de 20% sobre o lucro. ETFs de ouro também são tributados em 15%, e fundos multimercados seguem tabela regressiva de 22,5% a 15%, conforme prazo de aplicação.

Opiniões de especialistas

Investidores renomados, como Ray Dalio, recomendam até 15% em ouro para proteger portfólios em períodos de alta incerteza econômica global. Economistas mais conservadores alertam que, embora seja um ativo de proteção eficaz, não deve ser o principal motor de crescimento patrimonial.

Perspectivas para o futuro

Analistas projetam que o ouro pode oscilar entre US$3.000 e US$3.500 por onça nos próximos anos, dependendo de políticas monetárias e reservas de bancos centrais. Apesar das projeções otimistas, retornos extraordinários não são garantidos, e o metal permanece mais adequado como diversificador.

Ponto de atenção para o investidor

Para investir com segurança, é fundamental:

- Definir percentual adequado dentro da carteira, evitando concentração excessiva.

- Avaliar custos de transação, armazenamento e tributação.

- Monitorar cenários macroeconômicos e geopolíticos.

Lembre-se de que o ouro serve como proteção, não como estratégia de ganho rápido.

Em síntese, Investir em Ouro: Vale a Pena? depende do perfil do investidor e dos objetivos de diversificação e proteção. Ao entender as características e os riscos, é possível empregar o metal de forma estratégica, ampliando a resiliência da carteira sem abrir mão do potencial de valorização em momentos de crise.

Robert Ruan

Sobre o Autor: Robert Ruan

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